Saúde

Problemas genéticos

Apesar de bastante saudável comparado com outras raças, também o Border Collie tem alguns problemas genéticos dos quais convém estar alerta. Se um “criador” lhe disser que não existem problemas genéticos na raça, procure outro criador; se ele lhe disser que não testa os seus reprodutores à displasia da anca e aos olhos porque a linhagem dos seus cães não é afectada por estes problemas, procure outro criador.

Displasia da Anca

Tal como a maioria dos cães médios e grandes, o Border Collie está sujeito à displasia da anca, que pode causar coxear moderado a acentuado. Consiste numa má formação genética da cabeça do fémur e/ou do encaixe da mesma, que provoca fricção e, consequentemente, dores. Tenha a certeza que o criador que escolhe possui o certificado que isenta os seus reprodutores da displasia, tendo os seus cães grau A da classificação FCI (ou B - displasia mínima). Este certificado deve mencionar “para efeitos de reprodução”. Insista em ver os certificados de ambos os pais. Os cães não têm necessariamente que coxear para terem graus de displasia moderados: o facto de não se notar nada à vista desarmada, não significa que o cão esteja livre de displasia e, consequentemente, que esteja capacitado para reprodução. O problema acentua-se com a idade. Dependendo do cão e da capacidade do dono (financeira, de vontade e de tempo), os tratamentos variam desde o alívio da dor a vários tipos de cirurgia.

Atrofia Progressiva da Retina

A Atrofia Progressiva da Retina (em inglês Progressive Retinal Atrophy, PRA) e a Atrofia Central da Retina (CPRA) são dois problemas oculares. A PRA aparece usualmente em cães a partir dos dois anos de idade. No princípio aparece apenas como cegueira nocturna e progride lentamente, ao longo de mais ou menos oito anos, para cegueira total. Os cães que procriam devem ter os seus olhos analisados e certificados por um veterinário. Mais uma vez, insista em ver os certificados.

Anomalia do Olho do Collie

A Anomalia do Olho do Collie (Collie Eye Anomaly, CEA) é outra doença ocular que tem vindo a aparecer com mais frequência em Border Collies. Como a PRA, a CEA também causa cegueira. Contudo, não é uma doença progressiva. Um cachorro com esta doença não ficará pior com os anos. Toda a ninhada deve ser despistada à CEA entre as 6 e as 10 semanas por um veterinário oftalmologista qualificado. Um certificado deve ser passado e todos os cães da ninhada devem ser listados como normais.  

Epilepsia

Os Border Collies também podem estar sujeitos a epilepsia, apesar de não ser tão comum. A epilepsia é uma desordem neurológica que causa ataques e que pode ser extremamente perigosa. Apesar dos ataques de epilepsia poderem ser controlados através de medicamentos, nem sempre este é o caso – conhecem-se cães que morreram de ataques incontroláveis. Infelizmente, não existem ainda testes para esta doença. Pergunte ao criador se há história desta doença na sua linha de criação. Um criador com ética ficará mais que satisfeito em discutir este assunto consigo.

Hipertermia Maligna

Esta doença é muito séria, embora pouco usual no Border Collie. Como os Borders são cães muito intensos, os que têm esta doença têm que ter o seu exercício constantemente vigiado. Os sintomas típicos incluem arfar intenso após apenas alguns minutos de exercício (5 a 10). A temperatura dos seus corpos dispara para valores extremamente altos e leva bastante tempo a voltar ao normal, mesmo com tempo frio. Se deixados a correr, podem acabar por ter um colapso. Se a temperatura subir muito, podem acabar por ter ataques epilépticos ou de coração, chegando mesmo a morrer.

Anestesias

Porque têm um grau de gordura baixo nos seu corpos, alguns Border Collies podem ser sensíveis a anestésicos baseados em barbiturato. Isto é algo que deve discutir com o seu veterinário, antes de qualquer cirurgia ou procedimento para o qual o seu cão seja anestesiado.

Nariz do Collie

Porque têm a parte superior do focinho com pouco pêlo, os Collies estão sujeitos a queimaduras solares. Se acha que vai estar muito tempo ao sol, ponha protector solar nas partes mais desprotegidas.

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Cuidados Básicos

Alimentação

No nosso canil utilizamos comida granulada com a classificação “human graded”, isto é, esta comida é produzida segundo os padrões de qualidade da comida humana, sem corantes artificiais e feita com os melhores produtos e as melhores partes dos animais.

Os cachorros começam a ser desmamados por volta das 3 semanas. Nesta altura estão a fazer 5 refeições por dia.  Por volta dos 2 meses, quando estão prontos para deixar a mãe, poderão já só fazer 4. O número de refeições vai decrescendo até ao ano de idade, altura em que o cão poderá fazer 2 ou mesmo 1 refeição por dia (se o cão for grande, recomendamos as 2 refeições). As quantidades serão as indicadas na embalagem, para o peso e idade do cão.

Água limpa deve sempre estar à disposição.

Os cães podem ser alimentados com comida caseira, mas não o recomendamos a pessoas inexperientes, pois é preciso uma grande quantidade de conhecimento para que o cão não apresente deficiências alimentares, como falta de cálcio ou vitaminas.

Não deixe o seu cão ficar demasiado gordo ou magro. Use o seu bom senso. Se o peso e aspecto do cão não lhe parecerem adequados, ajuste a quantidade de ração.

Todas as mudanças de alimentação devem ser feitas progressivamente, de modo a que o organismo do cão se habitue. Se isto não for feito, o cão poderá ter diarreias

Cálcio e Vitaminas

Se o cachorro estiver a comer uma ração de qualidade para a sua idade, os suplementos não costumam ser necessários. A falta de cálcio pode causar raquitismo. Aconselhe-se sempre com o seu Veterinário.

Dentição

A troca de dentes inicia-se aos 3 meses e meio de idade e termina por volta dos 6. Há cães que têm tendência à formação de tártaro, o que provoca mau hálito e a perda precoce dos dentes permanentes. A cárie também ocorre em animais que recebem alimentos doces com frequência, os quais não recomendamos.

Higiene da Boca

Escovagens: existem escovas e pastas dentais para cães. A escovagem deve ser feita 2 a 3 vezes por semana, no mínimo. A escova pode ser substituída por uma gaze, embebida em elixir ou pasta dentífrica para cão, que se esfrega nos dentes do animal.

Uma maneira de ajudar a manter os dentes limpos é dar ao cão ossos para roer (artificiais, comprados nas lojas, ou naturais, de joelho de boi). NUNCA DÊ OSSOS DE AVES, pois estes lascam e podem provocar problemas graves nos intestinos.

Banhos

Evite dar banho a cães muito jovens e enquanto estão a tomar as vacinas. Pode utilizar toalhitas de bebé para tirar alguma sujidade.

Os banhos não precisam de ser frequentes, podem ser só quando o cão se encontra sujo. Nunca se deve dar mais do que um banho por semana, pois seca a oleosidade natural do pêlo.

Consulte o seu veterinário quanto a tratamentos com champôs antipulgas. Dê sempre banho com produtos próprios para cão. Ponha algodão em ambos os ouvidos para que não entre água, pois pode dar origem a otites.

Os Border Collies têm o que gostamos de chamar “sistema de auto limpeza incorporado”. O seu pêlo agarra muito pouca sujidade e é frequente, depois de um banho de lama em que o cão muda completamente de cor, esta secar e cair deixando o pêlo imaculado.

Pelagem

Os Border Collies (mesmo os de pêlo curto) são cães com subpêlo, que perdem durante todo o ano, com maior incidência na Primavera e no Outono. Escovar o animal retira todo o subpêlo morto, deixando a sua casa muito mais limpa. Pense em escová-lo um mínimo de 2 vezes por semana.

Ao escovar o seu cão, aproveite para verificar se está tudo em ordem, se não tem feridas, pulgas,  carraças, etc.

Cios

As fêmeas entram em cio entre os 6 a 10 meses de idade, conforme a fêmea. O cio dura aproximadamente 21 dias. A fêmea está receptiva a partir do 9/10º dia, até ao 17/18º, sendo o seu período fértil entre o 10º e o 14º dia.

O cio começa no proestro, o período em que a região genital da fêmea aumenta de tamanho e em que esta perde sangue. Após 7/8 dias, o sangue começa progressivamente a clarear, até se tornar num corrimento incolor, fase seguinte do cio. Esta fase, o estro (10º/14º dia), é normalmente quando a fêmea aceita ser coberta. Após o 15º/16º dia, o sangue volta lentamente a aparecer e prolonga-se até ao fim do cio.

Existem fêmeas que apresentam um “cio seco”, ou seja, deitam muito pouco ou nenhum sangue. Outras “cheiram” a cio – para os machos, claro – um mês antes e depois do mesmo, existindo mesmo algumas em que este período se prolonga.

Os machos não têm cio, evidentemente, estando sempre disponíveis para acasalar. Podem começar a ter manifestações sexuais a partir dos 3 meses e podem mesmo cobrir fêmeas a partir dos 5 meses, se tiverem os espermatozóides já activos. No entanto, não devemos deixar cruzar um cão tão novo. 

O C.P.C. (Clube Português de Canicultura) só aceita registos de ninhadas cujos pais tenham 1 ano ou mais.

Desparasitação

A mãe pode transmitir parasitas aos cachorros, tanto pela placenta como pelo leite. Desparasitar a fêmea antes do acasalamento é uma medida preventiva para que os cachorros nasçam livres de parasitas. Todos os cachorros devem ser desparasitados segundo o seguinte esquema: 

  • entre os 14 e os 21 dias ( duas a três semanas )
  • às 6 semanas ( mês e meio )
  • às 8 semanas ( 2 meses )
  • Seguintes - cada 2 ou 3 meses até 1 ano de idade
  • Cão adulto - 2 a 3 desparasitações por ano costumam ser suficientes

Vacinação

É, sem dúvida, o cuidado mais importante tanto para o cachorro como para o cão adulto. Os animais devem ser imunizados antes de começarem a andar na rua. Existem muitas doenças virais que podem acometer os cães e são causadoras de grande número de mortes, principalmente nos cachorros. Fale com o seu veterinário para estabelecer um correcto plano de vacinação.

SEMPRE QUE NOTAR ALGUMA ALTERAÇÃO NO COMPORTAMENTO OU NA SAÚDE DO SEU ANIMAL, PROCURE OU TELEFONE PARA O SEU VETERINÁRIO DE CONFIANÇA: QUANTO MAIS CEDO SE COMEÇA A TRATAR UMA DOENÇA, MAIS PROBABILIDADE DE CURA SE TEM.

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